sábado, 13 de outubro de 2007

AVEIRO - PORTUGAL



Artes

Sendo Aveiro uma cidade pequena e a universidade ainda muito jovem, não havia condições para que aqui se desenvolvesse um núcleo forte de artistas, pese embora a vizinhança da Fábrica da Vista Alegre (Ílhavo), e, na cidade, a Fábrica da Fonte Nova e a Aleluia como alfobres de pintores e escultores. Mais evidente foi a existência de escritores. Mas Aveiro e o concelho têm crescido a bom ritmo e, naturalmente, as atividades vão-se diversificando, ganhando algumas delas, nas artes como nas letras, lugar próprio e individualizando-se nomes de interventores.
A tradição cerâmica: as fábricas e os artistas

Considerando que a região de Aveiro não é particularmente rica em pedra nem madeira, desde tempos remotos que os seus habitantes deitaram mão aos melhores recursos para remediar tão grande carência, recorrendo às ricas jazidas de argila, tal como confirmam os documentos medievais e mesmo pesquisas arqueológicas de períodos anteriores. As olarias aveirenses a par com a "Arada de oleiros" conquistaram fama e asseguraram as necessidades locais durante séculos, exportando os seus diversificados produtos.


A Fábrica do Côjo

Canjirão de bojo esférico

Em 1775, na sequência de um período de aposta na indústria nacional, João Rodrigues Branco lançou um projecto mais dinâmico que as tradicionais olarias, criando a "Fábrica do Côjo", para barro branco. Desde logo, uma gama de produtos com fins domésticos passou a entrar na concorrência com outras fábricas da região do Porto e de Gaia, ensaiando também, segundo a tradição, o fabrico de azulejaria. Situada no fundo do canal que lhe deu nome, a fábrica nunca foi um modelo de empresa, nem sob a direção do artista João Santos Silva (falecido em 1861), nem mesmo quando teve por principal obreiro o artista Pedro Serrano, conceituado santeiro cerâmico (década de 60), ainda que neste tempo se tenha alargado a sua exportação, nomeadamente para o Algarve. No entanto, é de notar que as peças da "fábrica do Côjo", pelo seu inconfundível vidrado azul e pelo desenho, tiveram assinalável procura e são hoje raridades muito solicitadas pelos amantes de antiguidades.
Com a morte de Pedro Serrano e a sucessão dos herdeiros, tudo ali se complicou e a fábrica desapareceu no final dos anos 70 de Oitocentos

Fábrica da Fonte Nova

Em 1882, no vazio deixado pela Fábrica do Côjo, três irmãos da família Melo Guimarães lançaram um novo projeto cerâmico - a Fábrica da Fonte Nova, situado a sul da desaparecida fábrica do Côjo e na margem esquerda deste canal. Abertos às novidades do tempo que corriam nos meios portuenses, estiveram desde o início presentes nos grandes certames nacionais, nomeadamente no Porto e em Lisboa, ganhando rapidamente projeção.
Quanto aos produtos, pode dizer-se que Fábrica da Fonte Nova saíam diferentes géneros de louça, em faiança grosseira ou faiança fina, em pó de pedra ou noutras variantes, tanto de feição doméstica como para construção civil. E, complementarmente, dali saíram também inúmeros painéis de azulejo que rapidamente se espalharam um pouco por todo o país, por encomendas específicas ou traduzindo belezas e paisagens naturais de Aveiro a par com os monumentos nacionais ou regionais de maior projeção, à semelhança do que se pode admirar em algumas estações de Caminho de Ferro, com relevo para a estação de Aveiro onde se contam cerca de meia centena de "postais ilustrados" da região. Aí campearam, nesta arte, entre outros, os artistas Licínio Pinto, Francisco Pereira, Carlos Branco, António Augusto...
Conhecendo períodos bons e horas más, a Fábrica da Fonte Nova desapareceu em violento incêndio de 1937, deixando um rasto de produções de boa qualidade e, sobretudo, uma imensa quantidade de azulejo de tapete e floral a embelezar o casario aveirense e de muitas outras vilas e cidades. Foi de resto esta fábrica e seus artistas que, tanto pela variação do desenho como pelo intenso cromatismo, melhor configuraram a ornamentação arte nova da região aveirense.


Outros projectos da indústria cerâmica

Muitas outras empresas cerâmicas, de maior ou menor dimensão até à simples organização familiar, mereciam ser referidas, de tantas que têm, no espaço do concelho, vida e obra merecedoras de registo. Evitando uma enumeração sem fim, registam-se ainda algumas daquelas que têm maior identidade no fabrico e mais anos de laboração, como a Artibus, no Canal da Fonte Nova (Aveiro), com produção de porcelana decorativa desde o final da década de 40; a NG e a Neoclássica, como expoentes da porcelana artística (ambas junto ao Caminho de Ferro, em zona limítrofe de Aradas); a Primagera (com um notável volume de trabalhadores) e as Faianças da Capôa, dedicadas essencialmente à exportação de faiança decorativa; a Primos Vitória (sobretudo para confecção da azulejo); a Vidrocerâmica, a Porcelanas das Leirinhas e a IBIS, na freguesia de Aradas; na zona industrial de Aveiro, entre outras, crescem a nova fábrica Campos (essencialmente de telha e tijolo) e O Buraco, esta voltada para a faiança artística.
E há vários empreendimentos de pintura de azulejo, na continuação das tradições aveirenses, emergindo também projectos que se dedicam ao restauro de azulejo e confecção de painéis regionais.
Ceramistas e artesanato em barro

VASCO BRANCO



Desde tempos imemoriais que esta região, sem pedra de boa qualidade, se afirmou pelo adequado aproveitamento das excelentes argilas que constituem o seu sub-solo. Para o século XVI, por exemplo, segundo as opiniões de estudiosos da escultura, o bom nível artístico alcançado pela cerâmica portuguesa comprova-se pelo que em Aveiro se fazia. Pelos séculos XVII e XVIII, aqui laboraram muitos artistas, sobretudo como barristas, fazendo presépios, calvários e santos diversos, sem reservas para recriar a "corte celeste". Desses, ficaram como mais notáveis os trabalhos de escultura de José Dias dos Santos, de Bartolomeu de Lemos e Bartolomeu Gaspar, continuados no século XIX, entre outros, pelos reputados artistas João Silva e Pedro Serrano.
Pelo século XX, se diversos nomes mantiveram a força da tradição barrista, tem sido Zé Augusto o mais apreciado, recriando figuras típicas de Aveiro, com um carácter caricatural de fino recorte, mas também dando corpo à tradição de famosos santeiros, pela enorme variedade de santos produzidos em barro vermelho e/ou vidrado. Outros nomes merecem referência, tais como Vasco Branco (com a oficina Olarte), Afonso Henrique (oficina Buraco) e Celestino Moreira (oficina Argilarte).
De resto, uma enorme variedade de artesanato sem carácter artístico bem definido mas que se enquadra nas mesmas linhas da antiga tradição aveirense responde aos desafios de muitos artistas, consubstanciados nos certames cerâmicos da FARAV e, noutra perspectiva, da Bienal Internacional ou ainda noutros de menor projecção, já que existem no concelho de Aveiro dezenas de pequenos ateliers e oficinas desta arte, a par com grandes empreendimentos de cerâmica artística e de cerâmica industrial, de melhor ou menor qualidade.



Veja mais....

Osmundo Oliveira Teixeira Junior - BRASIL

Osmundo Teixeira ceramista baiano nascido em Itabuna-Ba, modela Santos Barrocos, Orixás e Oratórios.
O Seu trabalho representa o mais puro sincretismo religioso de sua terra natal a Bahia.
O artista graduou-se em artes plásticas na Escola de Belas Artes da Universidade Federal em Salvador tendo passado longa temporada de trabalhos e estudos em Portugal.
Em seu currículo constam inúmeras exposições no Brasil e no exterior. Suas peças fazem parte do acervo de importantes museus e coleções particulares.




Cursos
1972 - Curso de Xilografia sobe a orientação de Hansen Bahia
1974 - Curso de Escultura Barroca Bahiana, ministrado pelo professor Valentim Calderón, Museu de Arte Sacra, Salvador - Bahia
1975 - Estuda Barroco com Eduardo Etzel
1977 - "A Cultura Colonial Hispano-Americana" - Curso ministrado pelo professor Demétrio Ramos Perez da Universidade de Valladolid. Museu de Arte Sacra, Salvador - Bahia
1978 - Conclui o Curso de Artes Plásticas na Universidade Federal da Bahia
1981 - Conclui bolsa na Fundação Gulbenkian com estágio na Fábrica de Cerâmica Viúva Lamego, Lisboa - Portugal
1983 - Artes do Fogo - Professor Querubim Lapa, Fábrica Viúva Lamego, Lisboa - Portugal

CLÁUDIO PASTRO - BRASIL

Nasceu em São Paulo, em 1948.

Desde 1975 dedica-se à arte sacra. Cursou teoria e técnicas de arte na Abbaye Notre Dame de Tournay (França); no Museu de Arte Sacra de Catalúnia (Espanha); na Academia de Belas Artes Lorenzo de Viterbo (ltália); na Abadia Beneditina de Tepeiac (México) e no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo

Têm realizado pinturas, vitrais, azulejos, altares, cruzes, vasos sagrados, esculturas, presbitérios, capelas, igrejas, mosteiros e catedrais no Brasil, Argentina, Bélgica, ltália, Alemanha e Portugal. Ilustrou vários livros.


Painéis de Azulejos de Cláudio Pastro no Santuário Nacional de Nossa Senhora da Aparecida. Padroeira do BrasilAparecida-SP







BRASIL ARQUEÓLOGICO - FAIANÇA

O material arqueológico histórico apresentado é parte da coleção de referência do Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco.
É resultante de escavações realizadas em fortificações, igrejas católicas, sinagogas, colégios, feitorias, teatros, vilas e cidades.
Faiança Azul


Faiança Azul e Amarelo


Faiança Azul e Verde



Fiança Azul e Vinhoso



Faiança Azul, Verde e Amarelo



Faiança Azul, Verde e Vinhoso



Faiança Azul, Vinhoso, Amarelo e Verde



Faiança Azul, Amarelo e Vinhoso



Faiança Verde e Vinhoso




Faiança Verde Amarelo e Vinhoso



Faiança Vinhoso



Faiança - Marcas de Fabricante



Faiança - Marcas de Produto




Faiança sem Pintura


http://www.magmarqueologia.pro.br/Faianca.htm